Ilha da Queimada Grande: uma ilha a evitar a todo o custo

Ilha da Queimada Grande: uma ilha a evitar a todo o custo

Alguns lugares do mundo são muito mais aterradores do que qualquer local de cinema de terror, e a natureza pode muitas vezes ter mais surpresas assustadoras do que os produtores de espectáculos poderiam imaginar. Muitas pessoas já ouviram falar do filme “Snakes on a Plane”, mas pode não conhecer a versão real deste pesadelo – embora desta vez as serpentes estejam numa ilha, aninhadas numa parte idílica do Brasil.

Para muitas pessoas, as cobras venenosas estão no top 10 dos medos finais. Por isso, provavelmente quererão evitar visitar a Ilha da Serpente, também conhecida como Ilha da Queimada Grande. Esta pequena e deslumbrantemente bela ilha está localizada a 90 milhas da costa de São Paulo e é o lar de uma das cobras mais mortíferas do mundo, a víbora lanceta dourada.

Esta cobra de barriga clara dourada tem uma cabeça alongada e um nariz pontiagudo – e se o morder, tem 7% de probabilidade de morrer. O veneno da víbora é tão mortal que mata em uma hora e pode derreter carne humana quase instantaneamente. Mesmo que consiga obter cuidados médicos, as picadas de lança ainda têm 3% de hipóteses de o matar e podem causar danos neurológicos, insuficiência renal e hemorragias graves.

Se visitasse a Ilha Snake, haveria mais do que uma remota hipótese de encontrar este predador mortal, pois estima-se que haja entre 2.000 e 4.000 lanças de ouro de cada vez! Quanto ao veneno tóxico desta criatura, pode culpá-la pela evolução, já que a Ilha da Queimada Grande estava isolada do Brasil continental quando o nível do mar subiu há cerca de 11.000 anos.

Devido à sua existência isolada, as serpentes não eram ameaçadas por predadores terrestres, mas também não tinham presas que pudessem caçar no solo. Em vez disso, tiveram de aprender a deslizar para as árvores para apanhar aves migratórias, mas como tiveram de atacar rapidamente, tiveram de desenvolver uma mordedura mais letal, para que pudessem incapacitar instantaneamente as suas presas. Como se não conseguissem obter mais assustadores, os cabeças de lança douradas têm sido conhecidos por praticarem canibalismo, embora devido à sua propensão para empoleirar aves, na maioria das vezes não tenham de recorrer a esta opção.

A mordida da cabeça de lança dourada é 5 vezes mais mortal do que uma cobra, e como há uma cobra por polegada quadrada estimada na ilha, é uma coisa boa que ninguém lá vive. Embora nunca tenha sido registada uma mordida de uma lança de areia dourada, devido ao isolamento da ilha, espécies relacionadas de lança de areia causaram mais mortes humanas do que qualquer outra cobra na América do Norte e do Sul.

A ilha é um perigo tão potencial que o governo brasileiro apenas permite visitas limitadas, oficialmente aprovadas, que são normalmente concedidas a biólogos e investigadores, bem como a marinheiros que mantêm o farol da ilha. Entre 1910 e 1920, a ilha teve um faroleiro oficial, mas correm rumores locais de que ele e toda a sua família pereceram quando lanceiros arrombaram a sua casa pelas janelas.

Apesar da sua natureza assustadora, a ponta de lança dourada poderia realmente ajudar as pessoas, e o veneno da cobra já demonstrou ser prometedor no tratamento de doenças cardíacas. A comunidade médica está agora a investigar as propriedades únicas do veneno da cabeça de lança dourada – e esperamos sinceramente que a versão reptiliana de Hannibal Lector possa provar ao mundo que, embora tenha uma mordidela mortal, não é tudo mau.

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